terça-feira, 8 de junho de 2010

A Difícil Tarefa do Fácil

É impressionante como as coisas perderam a graça e como mudar apenas uma coisinha pode mudar tudo. Assumo que medo nunca foi meu sobrenome e que agir errado já se tornou normal pra mim, mas aprendi a aguentar todas as consequências que vinham depois. Pensei duas vezes antes de me deixar envolver totalmente, mas acho que me atirei antes mesmo que pudesse terminar o raciocínio. Vi problemas quando você disse que assumir os erros parecia impossível pra mim, fechei a cara pra você e vesti um rosto de sem culpa e de coitadinha só para você não continuar a falar coisas que eu não queria escutar, mas fingi que aprendi a ser mais transparente e menos orgulhosa quando o assunto se tratava da gente. Percebi que estava escondendo algo de mim mesma, tentei ser tudo o que você precisava, tentei ser o perfeito pra você ou pelo menos o que fosse perto disso, mas percebi que jamais ia conseguir me livrar desse meu eu tão minha cara. Precipitei-me e errei mais uma vez, acho que já estava na hora de começar a aprender a andar na linha com você assim como você sempre fez comigo, mas não foi difícil adivinhar que eu achava difícil até em fazer isso certo. Posso imaginar que fui o motivo principal para o fim da história, mas entre muitos erros ainda consigo ter poucos acertos que me levam com esperança de que eu aprenda um dia a viver do jeito que a vida quer. Com a aparência de simples a felicidade vem, mas acaba sempre na complicada tarefa de ser obrigada a esquecer e seguir em frente apesar de todas as dificuldades que você possa encontrar pelo caminho.

segunda-feira, 24 de maio de 2010

A Vida

    Tenho tido muita dificuldade em definir com clareza, não só quais os aspectos mais importantes a respeito de minha própria existência, mas também em relação ao conceito de viver. Nessa sociedade em que habito, as pessoas e as instituições parecem-me, em muitas ocasiões, indignas e irracionais. Isto se reflete sobre mim de alguma forma e é algo que me preocupa pois tenho a certeza de que muito tenho a refletir e a investigar a respeito.
    Há quem diga que o existir se deve apenas ao fato de fazer parte de uma sociedade e encaixar-se ao que se acredita ser padrão. Alias, o grande mistério e milagre da vida parecem se resumir em vontade de querer ser cada vez melhor do que o próximo e ser o que aparentemente seja perto do perfeito, colocando pessoas em um só perfil e passando a dizer o que se considera certo e errado, estabelecendo normas de conduta e jeitos de ser de apenas um modo, o que acredita ser ideal.
    Deste modo, creio que viver seja uma difícil tarefa nesta sociedade onde julgar é normal e se ajustar conforme os outros já se tornou rotina. Embora ainda existam, assim como eu, habitantes que são capazes de vencer essas barreiras sociais, não parecemos ser o bastante para a humanidade esquecer tais padrões de vida.
    Assim sendo, vivemos lutando por um espaço na sociedade que não tenha seus objetivos voltados apenas para que tipo de pessoa você é externamente e nem pelo que você apenas aparenta ser. Esperamos o dia em que o interior definirá todo o resto de habitantes desta sociedade e que eu não precisarei mais refletir a respeito.

domingo, 23 de maio de 2010

Rodopios do Pensamento

Faço questão de não parar com a brincadeira, mas com a condição de que você jamais pare de jogar o seu jogo. Há tempos que ando pensando em você e isso diariamente vem me deixando louca e cheia de pensamentos. Já não tenho certeza se você é remédio ou veneno, se me faz bem ou mal. É estranho quando posso me sentir no paraíso e em minutos você é capaz de me jogar no abismo sem nem ao menos ter que mexer todos os seus pauzinhos. É estranho o modo que você pode mudar seu jeito de ser e ter tantas caras diferentes pra me mostrar a cada momento e o mais estranho ainda é o modo que estou totalmente amarrada em você. Pensei no quando sua palavra podia machucar muito mais do que qualquer outra palavra vinda de qualquer outra pessoa. Percebi a maneira que os olhos podem brilhar quando os seus refletem nos meus e a maneira que pareço tão boba quando não escuto mais nada e não consigo prestar atenção a minha volta quando olho pra você. Por fim, interroguei-me e pensei na possibilidade de algum dia esse meu sonho se tornar realidade, mas enquanto isso, vivo no meio dos rodopios do pensamento.

quinta-feira, 29 de abril de 2010

Interior x Exterior

Estava dando um passeio em mais uma das manhãs normais de verão quando avistei aquela joaninha insuportável andando por ai e voei até um galho bem pertinho e me escondi atrás da folha para espionar aquela insinuada. Afinal, não sei onde ela achava que estava, pensava que era a rainha da floresta, a princesa da mata ou a fada das flores? Fala sério! Sim, eu sei que eu tenho um pinguinho de inveja dela. Sou uma borboleta e tenho inúmeras lindas cores, e ela com uma cor e algumas pintinhas parece ser muito mais bela do que eu, além de chamar muito mais atenção. Notei que ela parava sua sequência de rebolados de repente e cheguei mais para frente para enxergar algo. Em uma pedrinha, ela parou e respirou fundo em um momento de desagrado com algo. Eu já estava atrasada para o encontro das borboletas para umas visitas as flores do campo rosado, mas não contive minha curiosidade e resolvi encontrá-las depois no caminho. A joaninha não me fez entender os motivos de sua parada e insatisfação, mas consegui perceber algo, eu ia encontrar centenas de amigas borboletas e fazer mais um de nossos passeios encantadores e tinha certeza de que voltaria para casa muito feliz depois daquele dia. A joaninha tinha beleza, rebolado e até despertava inveja de muita gente, porém só a quem via no exterior. Na verdade, ela vivia sozinha. Seu interior era vazio e triste. Recolhi-me voando um pouco confusa, me senti metade relaxada por descobrir o quanto tenho sorte e metade triste pela joaninha.

segunda-feira, 26 de abril de 2010

A Existência do Ser

Desde pequenininha, nunca consegui entender ao certo pra onde vamos, o que fazemos e o que acontece em uma esperada vida após a morte. Na verdade, me dava angustia total em pensar nisso. Morria de medo do vazio que eu sentia quando pensava nisso, esnobando a existência de uma vida grandiosa que nos espera após essa vivida hoje. Como alguém ainda vivendo aqui na terra pode ter tanta certeza do que se passa em outro plano astral? E até mesmo, como pode ter tanta certeza da existência desse plano astral? Ou quem sabe até no plural, planos astrais? Assumo que até hoje esse assunto ainda me faz arrepiar. Mas hoje não questiono a tão inacreditável existência do ser. Talvez sem explicação alguma, tenho em mente que duvidamos tanto de vida após a morte e da existência dos espíritos, mas afinal, essa vida que vivemos é só o início de tudo, o início de uma imensidão que nos espera. O que julgamos estranho hoje, amanhã julgaremos divino. O mundo parece muito pequeno para os olhos dos seres habitantes da terra, mas olhe com a alma e verá o tamanho desse mundo que te espera e que um dia você duvidou existir.

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Além do Arco-Íris

Fico me perguntando que pote é esse de ouro que eu vou encontrar no fim do arco-íris. Pra começar, eu não faço a mínima idéia onde esse arco-íris se esconde. Se fizer sol e chuva, lá está ele! Mas parece uma apresentação em slide que aparece naqueles telões e que mostra toda a imagem ampliada pra todo mundo ver e achar maravilhoso ficar na janela tirando fotos e fotos de tamanha beleza. Na verdade, eu nunca enchi os olhos pra isso, sempre passaram pra mim suas tão famosas sete cores. Sinceramente, nunca consegui enxergar sete cores no arco-íris. Podem me chamar de desacreditada e negativa, mas pra mim isso já é manjado igual Papai Noel, Fada do Dente e Coelhinho da Páscoa. Vou semear o amor, o bem, o otimismo... mas duvido muito que no final encontre essa tal paz escondida nesse tal pote de ouro.

sábado, 17 de abril de 2010

Meus mil e um atos

O ato nem sempre é maior do que a culpa que se sente. Posso fingir mil sorrisos, mas só você sendo muito tolo pra acreditar em todos eles. Também posso me descabelar e ficar roxa de choros, mas não consigo diferenciar se é vontade, amor ou simplesmente esse meu sentimento de posse. Mas de qualquer maneira, sei que adora saber que misturo tanto as coisas e minha cabeça roda, roda, roda quando fico horas pensando na gente. Você adora saber das milhões de vezes que viajei tanto em você antes de dormir que acabei sonhando mais um dos inúmeros sonhos que tenho, onde você tem o papel principal a noite inteira e adora saber o quanto acordei feliz depois desse sonho. E apesar de qualquer coisa que eu tenha feito, você adora quando eu fico nervosa nesse meu jeitinho irritadinho e tenho certeza que adora quando se acha super importante por eu me importar tanto com você. Enfim, a culpa que eu to sentindo agora é enorme, mas nenhuma culpa e nenhum ato pode mudar muitas e muitas horas de muitos atos lindos que eu faço, fiz e ainda seria capaz de fazer muito mais por você, mesmo que nada disso combine comigo e meu jeito escroto de ser. Eu mudei muito por você e tenho certeza ou pelo menos espero que você adore.

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Motivo Indeterminado

O que dizer de você? Tive que parar e pensar bem pra poder começar esse depoimento. Seria complicado só dizer que você é especial sem fazer você entender o porque e o quanto. Mesmo difícil, resolvi começar falando da felicidade que você me faz sentir, mas seria mentira, se não completasse com as horas que você me deixa triste. Falaria então da pessoa melhor que me torno ao seu lado, mas mentiria novamente se não citasse a pessoa chata e grossa que sou com você de vez em quando e/ou de vez em sempre, rs. Talvez diria que você é lindo, fofo e um amor. Mas seria forçado demais, pois dificilmente digo isso pra você. Escreveria que te amo inúmeras vezes, mas você não leria uma por uma. Então deletei tudo e resolvi só dizer que você é especial em minha vida. Mas qual é o motivo? Indeterminado. Talvez tão grandioso que nem tenha motivo aparente.

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Lembrança preta e branca

Olhando os retratos antigos, me peguei pensando em você. Talvez tivesse errado muito, mas preferi não admitir nada. Já era de se esperar. Você fez parte de minha vida por tanto tempo, mas simplesmente fugiu como quem foge da cela e só depois que compreendi que tratei você como prisioneiro. Não sei se foram as fotos ou a lembrança daquele tempo que me deixaram tão balançada. Disse a mim mesma que a culpa foi minha de não ter sido eu mesma dês do principio, porém nunca quis mudar o começo. Pensei em mudar o meio, mas jurei pra mim mesma que nossos momentos não poderiam ser diferentes. Queria que o final não tivesse sido como foi, mas também preferi não mudar nossa história. Enfim, não tinha mais motivos para me entregar ao passado, por um momento sorri falso, me faltaram forças diante da ficha que havia caído. Preferi esquecer novamente esse assunto sobre você e virei a página, porém me deparei com mais uma foto sua. Não havia mais no que pensar, não havia mais razões e nem mesmo tempo. O relógio já havia se virado contra mim e só agora percebi o mal que me fez. Achei melhor fechar o álbum e junto com ele deixei fechar minhas lembranças.

domingo, 7 de fevereiro de 2010

Adeus incógnitas!

Acordei e pensei em sair de casa, mas não quis levantar. O céu ainda estava escuro. Não quis levantar até que o sol invadisse o meu quarto, porém ele parecia não querer se mostrar. Talvez o dia não quisesse começar com tantas decepções, talvez estivesse pensativo, confuso e sozinho. Seria patético estar assim como eu. Fechei as cortinas, parei, pensei. Pensei como nos últimos dias perturbados, mais um de tantos que tive ultimamente. Todos os assuntos diferentes acabavam sempre no mesmo assunto e assim lembrava que vocês se foram. Todo esse tempo serviu para dividi-los em dois grupos. O primeiro grupo (maior) são os que foram e que não precisam jamais voltar e o segundo grupo se resumem nos poucos que foram e fazem falta. Consegui dizer exatamente quais foram importantes pra mim e quais só deram uma pequena passagem, sem acrescentar muitas coisas em minha vida. Pude descobrir quais eram verdadeiros e agradeci o '' adeus '' dos falsos. Já não tinha mais com o que me preocupar. O grupinho que sempre achei que era pequeno, se expandiu em qualidades. A quantidade de amor, respeito e carinho são muito melhores do que grande quantidade de pessoas que na verdade significam apenas incógnitas para você. Sorri feliz e por um momento achei que o dia também se aliviou. O sol invadiu o meu quarto.