quinta-feira, 29 de abril de 2010

Interior x Exterior

Estava dando um passeio em mais uma das manhãs normais de verão quando avistei aquela joaninha insuportável andando por ai e voei até um galho bem pertinho e me escondi atrás da folha para espionar aquela insinuada. Afinal, não sei onde ela achava que estava, pensava que era a rainha da floresta, a princesa da mata ou a fada das flores? Fala sério! Sim, eu sei que eu tenho um pinguinho de inveja dela. Sou uma borboleta e tenho inúmeras lindas cores, e ela com uma cor e algumas pintinhas parece ser muito mais bela do que eu, além de chamar muito mais atenção. Notei que ela parava sua sequência de rebolados de repente e cheguei mais para frente para enxergar algo. Em uma pedrinha, ela parou e respirou fundo em um momento de desagrado com algo. Eu já estava atrasada para o encontro das borboletas para umas visitas as flores do campo rosado, mas não contive minha curiosidade e resolvi encontrá-las depois no caminho. A joaninha não me fez entender os motivos de sua parada e insatisfação, mas consegui perceber algo, eu ia encontrar centenas de amigas borboletas e fazer mais um de nossos passeios encantadores e tinha certeza de que voltaria para casa muito feliz depois daquele dia. A joaninha tinha beleza, rebolado e até despertava inveja de muita gente, porém só a quem via no exterior. Na verdade, ela vivia sozinha. Seu interior era vazio e triste. Recolhi-me voando um pouco confusa, me senti metade relaxada por descobrir o quanto tenho sorte e metade triste pela joaninha.

segunda-feira, 26 de abril de 2010

A Existência do Ser

Desde pequenininha, nunca consegui entender ao certo pra onde vamos, o que fazemos e o que acontece em uma esperada vida após a morte. Na verdade, me dava angustia total em pensar nisso. Morria de medo do vazio que eu sentia quando pensava nisso, esnobando a existência de uma vida grandiosa que nos espera após essa vivida hoje. Como alguém ainda vivendo aqui na terra pode ter tanta certeza do que se passa em outro plano astral? E até mesmo, como pode ter tanta certeza da existência desse plano astral? Ou quem sabe até no plural, planos astrais? Assumo que até hoje esse assunto ainda me faz arrepiar. Mas hoje não questiono a tão inacreditável existência do ser. Talvez sem explicação alguma, tenho em mente que duvidamos tanto de vida após a morte e da existência dos espíritos, mas afinal, essa vida que vivemos é só o início de tudo, o início de uma imensidão que nos espera. O que julgamos estranho hoje, amanhã julgaremos divino. O mundo parece muito pequeno para os olhos dos seres habitantes da terra, mas olhe com a alma e verá o tamanho desse mundo que te espera e que um dia você duvidou existir.

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Além do Arco-Íris

Fico me perguntando que pote é esse de ouro que eu vou encontrar no fim do arco-íris. Pra começar, eu não faço a mínima idéia onde esse arco-íris se esconde. Se fizer sol e chuva, lá está ele! Mas parece uma apresentação em slide que aparece naqueles telões e que mostra toda a imagem ampliada pra todo mundo ver e achar maravilhoso ficar na janela tirando fotos e fotos de tamanha beleza. Na verdade, eu nunca enchi os olhos pra isso, sempre passaram pra mim suas tão famosas sete cores. Sinceramente, nunca consegui enxergar sete cores no arco-íris. Podem me chamar de desacreditada e negativa, mas pra mim isso já é manjado igual Papai Noel, Fada do Dente e Coelhinho da Páscoa. Vou semear o amor, o bem, o otimismo... mas duvido muito que no final encontre essa tal paz escondida nesse tal pote de ouro.

sábado, 17 de abril de 2010

Meus mil e um atos

O ato nem sempre é maior do que a culpa que se sente. Posso fingir mil sorrisos, mas só você sendo muito tolo pra acreditar em todos eles. Também posso me descabelar e ficar roxa de choros, mas não consigo diferenciar se é vontade, amor ou simplesmente esse meu sentimento de posse. Mas de qualquer maneira, sei que adora saber que misturo tanto as coisas e minha cabeça roda, roda, roda quando fico horas pensando na gente. Você adora saber das milhões de vezes que viajei tanto em você antes de dormir que acabei sonhando mais um dos inúmeros sonhos que tenho, onde você tem o papel principal a noite inteira e adora saber o quanto acordei feliz depois desse sonho. E apesar de qualquer coisa que eu tenha feito, você adora quando eu fico nervosa nesse meu jeitinho irritadinho e tenho certeza que adora quando se acha super importante por eu me importar tanto com você. Enfim, a culpa que eu to sentindo agora é enorme, mas nenhuma culpa e nenhum ato pode mudar muitas e muitas horas de muitos atos lindos que eu faço, fiz e ainda seria capaz de fazer muito mais por você, mesmo que nada disso combine comigo e meu jeito escroto de ser. Eu mudei muito por você e tenho certeza ou pelo menos espero que você adore.